sexta-feira, 29 de abril de 2016

Comitiva da Repam visita Guiana

O arcebispo emérito de São Paulo (SP) e presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), cardeal Cláudio Hummes, liderou uma comitiva que visitou a Guiana, nos últimos dias. A ida ao país localizado ao norte de Roraima teve o objetivo de articular o envolvimento na Rede. Na ocasião, foi apresentada a proposta da encíclica Laudato Si' - sobre o cuidado da casa comum.
“Nossa viagem foi de articulação, para convidar as comunidades católicas e o bispo a se articularem, a fazerem rede com a Repam. Houve muito interesse. Eles já tinham ouvido falar sobre o nosso trabalho na Amazônia brasileira, mas tinham poucas notícias. Havia um grupo de leigos que se interessou muito; tivemos bons encontros, com palestras, celebrei missas em todos os lugares”, conta dom Cláudio Hummes.
A Guiana é a única nação sul-americana a ter o inglês como idioma oficial. Independente desde 1966, tornou-se uma república em 23 de fevereiro de 1970. De acordo com a assessora da Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), irmã Maria Irene Lopes dos Santos, que acompanhou a visita com o cardeal, a questão do idioma é um desafio na articulação com a rede, que possui integrantes de língua portuguesa e espanhola. Também esteve na visita o secretário executivo da Repam, Maurício Lopez.

O país

Colonizado por holandeses e depois pela Inglaterra, a Guiana possui somente a diocese de Georgetown, capital do país. Dom Cláudio Hummes relata que o bispo local, dom Francis, beneditino nascido em Trinidad y Tobago, conta com vinte padres, a maioria estrangeiros, muitos deles jesuítas indianos. “Quando a escravatura foi abolida, os ingleses levaram os indianos para trabalhar lá. Há também negros, descendentes de escravos africanos e os chamados ameríndios. A população é muito variada e com problemas de convivência”, afirma o presidente da Repam.
O cardeal Cláudio Hummes ressalta, porém, que “o povo é muito carinhoso e muito religioso também”. Em relação à Igreja, a caracterizou como “valente”, indicando que a atuação dos missionários jesuítas, nas savanas e florestas, é de muita dedicação. “Interessante é que as comunidades indígenas, católicas, têm muito pouca invasão de Igrejas evangélicas, porque os padres estão muito presentes”, sublinha.
Irmã Irene disse que as comunidades recebiam a comitiva da Repam com muita alegria, com ramos nas mãos às margens das estradas. Em uma comunidade indígena, o cardeal conduziu nove batizados.

Repam acendeu o 'fogo'

O bispo local, dom Francis, falou ao cardeal Cláudio Hummes que o grupo da Repam conseguiu “acender o ‘fogo’ e o interesse pela questão da Amazônia”, além de tornar possível a articulação maior entre os bispos e “toda a grande Amazônia dos nove países que a compõem”, disse o beneditino. 

Atuação da Repam

A Repam quer ser um serviço, um esforço conjunto, uma expressão de comunhão e solidariedade, um reforço na Pastoral para melhor defender, promover e cuidar da vida, da criação, dos povos e comunidades da Amazônia com suas culturas, sua fé, sua religiosidade, seus valores. Ela se propõe a unir forças, criar caminhos de diálogo, cooperação e articulação, uma confluência de esforços das Igrejas locais, congregações religiosas, instituições eclesiais e do laicato, e organizações afins, com voz profética e ao serviço da vida, da criação, dos pobres e do bem comum. A Repam quer acolher e envolver em rede as muitas organizações, entidades, pessoas, grupos, que demonstram solidariedade e interesse pela defesa e pelo cuidado da Amazônia.
Com informações da Rádio Vaticano
Fonte: CNBB

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